Artigo

Duas folhas de papel, dois rascunhos, uma vida, uma obra de arte perfeita de amor

Era mais uma vez o fim de um dia especial. Um entre milhões de dias incontáveis, à disposição das nossas duas vidas. Todos os dias serão especiais, propícios a uma história diferente, a uma história de amor. Não só aqueles em que toda a gente se lembra de nós, em que nos fazem sentir importantes, como aquele que viverás daqui a cinco meses... Como o tempo passa depressa, ainda ontem tinhas dezoito anos quando te conheci. Quem está próximo cuida, e eu quero cuidar sempre de ti, por centenas de anos!!

Tínhamos nessa noite apenas um papel e uma caneta próximos de nós. Desenhávamos cegamente o rosto de quem amávamos nesse papel. Ao mesmo tempo ríamos do que estávamos a fazer como duas crianças acabadas de entrar na pré-primária.

Pintávamos, sem pressas, esse quadro improvisado no papel de rascunho das nossas vidas. Desenhávamos tudo às cegas apenas sentindo a presença e a personalidade de quem amávamos. Quem passava naquele jardim sorria de ponta a ponta e fazia o mesmo nos seus pensamentos com quem amavam.

Não víamos o tão claro daqueles olhos especiais que tantas vezes nos fizem viajar e que serão sempre o porto de abrigo dos nossos corações.

De todos os sentidos apurávamos aquele que será sempre mais importante do que todos os outros e que compreende a confiança, a humildade, a verdade, a simplicidade de algo eterno que nos unia.

A verdade é que mesmo sem a visão iria amar-te pois iria relembrar-me sempre das horas que passei à frente dos teus retratos.

Mesmo sem o tato conseguiria amar-te, pois iria sentir o bater do teu coração puro e simples como no dia em que te conheci.

Sem o olfato iria continuar a sentir a teu cheiro, a tua presença e o meu coração iria disparar do mesmo modo como sentiste um dia, e sorriste.

Sem o gosto iria continuar a sentir o sentido do amor e a sentir que eras tudo que existia na minha vida, a minha razão de viver e de sonhar.

E mesmo sem a audição iria continuar a relembrar as tuas palavras “vai correr tudo bem” que me salvaram tantas vezes, como hoje de uma situação má.

No entanto não eram certamente as características exteriores que demonstrávamos que nos levava a ser os seres mágicos naquele desenho e a tornar aquelas obras nas obras mais valiosas, mais até do que as de Picasso. Eram as nossas obras. Era o amor, a definição de obra de arte mais linda que pode existir.

Se algum dia duvidares do que eu sinto pede-me para te levar ao colo, pede-me para cuidar de ti. Irei sempre ajoelhar-me à tua frente e inventar uma frase de amor para te sentires a mulher mais apaixonada do mundo, aquilo que mereces sentir todos os dias porque serás sempre uma menina mesmo especial. Quero cuidar do brilho dos teus olhos!!

Nunca me peças é para te amar, não se pede nunca a ninguém para amar, todos os dias que restam da minha vida, sem exceção, viverei incondicionalmente para te amar e tenho a certeza que serão os melhores dias que alguém já viveu. Não imaginas a simplicidade de sentimentos que sinto em mim, todos em teu nome. Confia em mim, quero que te sintas protegida e amada como eu gostava de me sentir sempre e ter essa certeza!!

Quando tirámos a venda imaginária dos nossos olhos, encontrámos duas folhas de papel preenchidas com sonhos. Os nossos corações já estavam iluminados já pela luz do luar.

Nas nossas mãos estavam dois balões, um em cada uma delas que se uniam mais do que nunca.

Os balões flutuavam, presos por um cordel que era pequeno e fraco demais para prendê-los aos olhares sinceros e apaixonados que os nossos olhos simples demonstravam.

Já se fazia tarde, o tempo passava rapidamente. No entanto o tempo não era rei nessa noite, nem em nenhuma a partir do momento em que nos conhecemos e tomamos consciência que seremos sempre especiais.

Havia uma luz que aumentava indescritivelmente e que resplandecia dentro dos balões sempre que ambos pensavam um no outro. Eram os maiores balões que foram inventados, cheios de ar diferente daquele que respiramos, um ar cheio de vida.

Ela suspirou de carinho e de amor, ele imitou-a e encantaram os pirilampos do jardim que os iluminavam.

Os balões incendiavam-se de luz enquanto as estrelas sorriam à espera que algo diferente acontecesse.

Ambos olhavam o céu pequeno demais para tudo o que sentiam, enquanto ele encaixou-se no peito da rapariga dos seus sonhos, cheio de medo da noite que se fazia sentir.

Entrelaçaram as suas mãos e os balões começaram a subir em direção às estrelas.

Viajavam, baloiçando juntos, cada vez mais pequenos, aproximando-se das estrelas, mudando de direção com o vento. Subiram metros, quilómetros, marcando o lugar que um dia os corações de cada um irão viver, após este mundo. Viverão sempre juntinhos, iluminando o caminho que nunca terá fim.

É escusado dizer, serão sempre felizes, para sempre!!

19 MAI, 2017 0

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